Arquivos Mensais: maio 2012

Atores de verdade…

Assistindo o filme argentino “La historia oficial”, primeiro filme latino-americano a receber o Oscar de melhor filme estrangeiro entre outros prêmios, fiquei pensando em uma afirmação que sempre fiz e que considero muito verdadeira:

“Antigamente havia mais romantismo, as crianças tinham o hábito de ler mais e os atores eram muito melhores”.

Sei que parece uma frase meio de velho rabugento, minha esposa sempre me falou que parece que eu vivo em outra época, que eu gosto de músicas, filmes, esportes e de todo estilo de vida de décadas passadas, mas independente do meu gosto pessoal, que os atores eram melhores eles realmente eram!

Filmes como “A Beira do Abismo” (The Big Sleep – 1946), “A Ponte De Waterloo” 1940 e “Remember the Night” 1940 são só uma pequena amostra disso, atuações espetaculares de Humphrey Bogart, Lauren Bacall, Robert Taylor, Vivien Leigh e Fred Mac Murray não se vêem mais hoje em dia, alguns críticos podem justificar dizendo que o gênero cinematográfico mudou, que mudanças tecnológicas e culturais trouxeram novas linguagens, mas acredito que embora isso até seja em parte verdade, não são os responsáveis por essa decadência de atuações, os verdadeiros “culpados” pelo amadorismo dos atores atuais são basicamente dois: O isolamento cultural e
a queda do padrão na admissão ao mercado de trabalho.

O isolamento cultural:

Antigamente o teatro fazia mais parte da cultura dos atores de TV e cinema e da sociedade como um todo, não é a toa que os melhores atores brasileiros são justamente os mais velhos, isso não é resultado somente de mais anos de vivência mas de mais interação com a arte do teatro, no palco um ator nunca vai ouvir: corta! Errou é ao vivo, improvisação é lei pra quem faz teatro.

Atualmente cinema e televisão são vistos de uma forma um pouco mais isolada e desassociada ao teatro do que no passado, as pessoas respiravam mais teatro, mesmo a televisão, não era esse lixo de entretenimento que é hoje, as novelas lá de trás tinham uma narrativa mais inteligente e um roteiro mais argumentativo, as de hoje só mudam de nome, permanecem com o mesmo contexto medíocre de intrigas, fofocas e sexo.

Na realidade as novas gerações estão se tornando consumidores de lixo televisivo, essa frase parece mais uma de velho rabugento mas é pura verdade, esses programas absurdos de tv que só tem besteira e baixaria existem porque há audiência, telespectadores sem o menor paladar visual e cultural!

O teatro andava de mãos dadas com os atores da tv, ele não era uma arte isolada mas parte primordial da atuação dos atores, infelizmente houve um isolamento dessa área, claro que cada uma delas tem peculiaridades que as diferem entre si, mas o teatro era uma escola de atuação pra qualquer um que quisesse se tornar um profissional de televisão, atores eram formados no teatro, atualmente são formados onde?

O técnico de futebol Joel Santana fala que jogador bom mesmo joga até sem a bola no pé, está marcando e se desmarcando, os filmes antigos mostram atores se destacando na interpretação mesmo quando não estavam falando, quando estavam em silêncio, no modo de andar, de ouvir, em tudo, era comum ver takes com plano aberto mostrando seis ou sete pessoas interagindo ao redor de uma mesa, hoje em dia isso é mais raro. Não estou dizendo que atualmente não existem atores excelentes, ou que o Brasil não tem esses talentos, mas que nas décadas passadas os diretores conseguiam tirar o que os atores tinham de melhor e tinham profissionalismo
para extrair deles, o que não ocorre hoje em dia, não com a mesma qualidade e nível de exigência.

Aqui vai um resumo de alguns atores que particularmente me chamam a atenção por se dedicarem muito ao trabalho e serem donos de um talento incrível, são eles: Robert Knepper, Marshall Allman, Robert Carlyle, Mel Gibson, Viola Davis, Octavia Spencer, Gabourey Sidibe, Denzel Washington e nacionais: Selton Melo, Marco Nanini, Rodrigo Santoro e Fernanda Torres.

Queda do padrão:

Antigamente atores e atrizes tinham que ser inteligentes, engraçados, profissionais, espontâneos, intensos, vinham de uma vasta vivência teatral, hoje em dia como funciona? Qualquer ex-BBB que tenha um corpo bonito e queira posar nua na playboy em poucos meses vira (do dia pra noite) “artista”, apresentadora de programa, atriz e assim por diante…

Não há um padrão, são oportunidades que aparecem por namorar ou conhecer alguém famoso, “atrizes” lindas mas completamente amadoras,  sem a menor capacidade para interpretar algum papel na tv ou no cinema, sem o mínimo de conhecimento em comunicação e interpretação.

O cinema brasileiro tem evoluido nos últimos anos, eu particularmente adoro filmes nacionais, existem vários filmes sensacionais, geralmente as pessoas falam mal de filme brasileiro porque estão condicionadas a assistir filmes americanos que dominam o cenário mundial de entretenimento e com isso já tem pré estabelecido um conceito de “bom” e “ruim” e de linguagem cinematográfica, porém ainda que existam filmes excelentes como “Tropa de Elite” e atores sensacionais como Selton Melo (que parou de fazer novelas e se dedicou aos filmes), o avanço do mercado de cinema no Brasil ainda enfrenta obstáculos absurdos que oscilam desde diretores picaretas que não pagam a equipe de produção, desvio de verbas de leis de incentivo, contatos políticos que favorecem “profissionais” da área, uma tendência clichê de rodar produções espíritas como “Chico Xavier e Nosso lar” até atores quem nem nas novelas tem uma atuação boa e vão tentar fazer cinema (muito disso se deve ao fato de que a vivência em teatro foi substituída por vivência em BBB (Big Brother Brasil).

Assistindo o impecável filme argentino “La historia oficial” do diretor Luis Puenzo e vendo atuações simplesmente espetaculares de atrizes como Norma Aleandro e Chunchuna Villafañe fiquei perplexo de conseguir contar nos dedos de uma mão quantas atrizes brasileiras conseguiriam interpretar esses papeis tão complexos de um roteiro extremamente delicado historicamente falando, cenas de quase 10 minutos de falas que vão desde a euforia à depressão, da alegria à tristeza, quando vi o filme fiquei impressionadíssimo com a qualidade da atuação das atrizes, enquanto no Brasil a exigência é aceitar posar pelada, usar mini-saia e ser vulgar, em outros países onde o cinema é levado mais a sério, a exigência para ter um papel importante num longa é ter vivência teatral, experiência em interpretação, conhecimento de comunicação corporal e expressivo, inteligência, fluência em
outros idiomas e uma bagagem cultural abrangente, enquanto o Brasil continuar com o lema: “Fique pelada e leve um Oscar”, filmes toscos continuarão a ser produzidos, o clichê de apelar sexualmente para prender a atenção de alguém vem sendo usado desde pornochanchada até comerciais de cerveja. Aos que não viram “La historia oficial” recomendo veementemente!

Rodolfo Miró

O que há de novo no After Effects CS6

Nesse vídeo mostro as duas novidades mais relevantes da nova versão do After effects cs6: Ferramenta de tracking e a creates shapes from vector. Trabalhar com vetores no After está mais fácil e rápido, no entanto pra habilitar o geometry options é preciso optar pelo render Ray traced 3d.

Tutorial usando o automate no photoshop

Imagine 3.000 fotos em alta definição numa pasta do seu computador e a árdua tarefa de editar uma por uma para então exportá-las manualmente! Quanto tempo levaria?
Com as ferramentas action e automate o photoshop faz isso tudo de forma automática pra você e com uma velocidade incrível! Ganhe tempo e aprenda otimizar suas fotos para a web em 5 minutos de tutorial.

Timing da edição cinematográfica

Você já assistiu algum filme, vt institucional ou comercial que tem excelentes imagens, com uma atuação sensacional dos atores, uma direção de fotografia perfeita mas apesar disso tudo tinha alguma coisa faltando?
Acho que todos já se depararam com isso, a edição é fundamental num processo de criação audiovisual, não adianta nada ter um roteiro maravilhoso, destacados atores e diretores mas a edição estragar tudo.
Todo processo audiovisual é formado em partes que devem se fundir, a junção de todos os elementos se dá na edição, muitas vezes o editor de vídeo tem a árdua tarefa de tapar os buracos de uma produção feita às pressas, de imprimir uma lógica para um roteiro desconexo, de amenizar atuações fracas de atores amadores, de fazer correção de cor em takes onde a calibração da temperatura de cor foi mau planejada, de entregar “ouro” pro cliente tendo somente “barro” pra trabalhar, definitivamente não é um trabalho simples e fácil, a responsabilidade, complexibilidade e conhecimento (técnico e artístico) de um editor que trabalha profissionalmente tem que ser muito grande.

Dentro do amplo contexto artístico que um editor trabalha, há inúmeros fatores que o conduzem por uma linha de narração das imagens, o repertório (visual e conceitual) de um montador cinematográfico tem que ser extremamente abrangente, e desse universo maior  de várias características que formam a edição eu quero focar em uma delas: o timing da edição. Quando falo desse ritmo de montagem não estou falando da velocidade de workflow do profissional, pra isso teríamos que falar das diferenças de softwares, de edição online e off line, formatos e equipamentos e geralmente esses temas levam aquelas discussões irrelevantes de qual equipamento é melhor que qual,  embora a agilidade do editor seja importante não é sobre isso este post, o timing de edição que eu me refiro é sobre o conceito visual das imagens filmadas.

Toda montagem tem um ritmo, seja um videoclipe, um clipoema, uma vinheta, um longa metragem ou mesmo um curta. Essa velocidade com que as imagens são apresentadas tem muito a ver com a idéia que está na cabeça do indivíduo que realiza a edição, TUDO gira em torno do conceito visual dele, se esse conceito é limitado o material final ficará igualmente limitado. Parte de uma excelente edição é deixar takes excelentes de fora dela, sei que parece contraditório mas muitas vezes vi o editor errar a mão do timing por querer incluir todas as boas cenas na edição fazendo com que a duração dos takes ficassem extremamente curtos pra caber no tempo geral.
Outro erro comum é não manter alinhado o áudio e o vídeo, não estou falando de sinck, isso seria um erro grotesco mas manter uma sequência visual que não combina com a trilha sonora, um não pode destoar do outro, embora sejam trilhas independentes elas fazem parte do mesmo corpo, uma trilha musical rápida não vai combinar com uma trilha de vídeo inteira em slow motion e vice-versa, tem que ter um músico profissional acompanhando o processo.

Levar em consideração o público alvo também é fundamental, por exemplo: um comercial pra crianças obrigatoriamente vai exigir uma variedade e velocidade de cenas maior que o normal, a duração da atenção delas é muito menor que dos adultos ou idosos, já um vt para um spa será outro ritmo visual pelo próprio briefing do trabalho. Ter no mínimo uma noção de movimento de câmera é primordial para um editor, conhecer os planos de cena,  enquadramentos, o que é um chicote, pan, zoom in/out, traveling, dolly, grua, steadicam, following shot, tilt, e etc.  Já vi transições de take onde a mudança de uma cena com plano aberto mudava em corte seco para um plano fechado que tinha uma sequência em tilt, até aí sem problema, não fosse o fato de que o editor não se importava em deixar alguns segundos rodando no plano fechado para então começar o movimento tilt, já transicionava de um quadro pro outro com o movimento rolando, impossibilitando de identificar o que estava acontecendo na imagem filmada.

James Cutting, psicólogo da Universidade Cornell, em Ítaca, Nova York estudou o timing de edição de 150 filmes de Hollywood, chegou a conclusão que os filmes mais bem sucedidos da mega-indústria cinematográfica giravam em torno da fórmula 1/f  (padrão de duração das cenas e da mudança entre elas),  o importante é que haja sequências de tamanhos semelhantes, que se repitam em um padrão regular dentro do filme, James não acredita que os produtores tenham idealizado com antecedência essa velocidade de uma forma proposital, é um padrão matemático de tempo que ele descobriu, não uma regra cinematográfica de filmagem. De qualquer forma essa descoberta só evidencia a importância do senso da narração visual que o editor deve ter. Antigamente a famosa edição linear (como a máquina de datilografar, uma letra por vez e não poderia ter erro) limitava as ferramentas e a tecnologia de incrementar efeitos e alternar o ritmo da edição, hoje em dia com a edição não-linear (como um editor de texto eletrônico que permite alterações e correções instantâneas) colabora em termos de facilidade mas nem todos que dominam a tecnologia tem domínio sobre o conceito. Com qualquer programa de edição hoje em dia é possível alternar a velocidade de um take, ainda mais quando não há som das imagens filmadas, só uma narração e trilha de fundo, não há problema em se fazer isso, na verdade as vezes é até necessário, mas esse recurso utilizado repetidas vezes em uma sequência vai gerar um desconforto visual, o ideal é que o ritmo da ação que é filmada seja a mesma da edição, salvo em casos onde se altera a velocidade com o objetivo de conseguir algum efeito como slow-motion, time lapse ou alguma correção de time, mas de forma moderada, uma edição onde a maioria dos clipes teve a velocidade alterada não terá um bom resultado.

O processo de pós-produção é muito similar a um pintor, um artista que pinta quadros tem que saber a hora de parar a obra, tem que discernir o instante em que o quadro ficou pronto, quantos quadros foram desperdiçados por alguns traços a mais que foram desnecessários estragando tudo?  Na montagem é assim, tem o excesso que deve ser evitado, existem diversas técnicas de edição, desde tilt-shift até time remapping, não adianta o profissional da área se empolgar e aplicar todos os recursos que sabe num único trabalho, vai descaracterizá-lo. A velocidade dos takes e movimento de filmagem vai alternar de acordo com o brifing do trabalho e do gênero cinematográfico, filmes de ação terão um ritmo mais acelerado, planos mais abertos, já um filme de suspense utilizará tomadas mais fechadas, escondendo o “desconhecido ou o perigoso”, terá cenas mais escuras, enfim, cada gênero terá uma linguagem própria, mas em todas elas o ritmo da narração visual pode prejudicar ou colaborar na edição, não existe uma fórmula mágica pra que as coisas funcionem, se o filme for de ação não adianta somente optar por um ritmo mais rápido na mudança dos takes, é todo conjunto que trabalha para mesma finalidade, o uso de multicam em cenas de ação é fundamental, posicionamento das câmeras, enquadramento, iluminação, enfim, não é um ítem isolado que garante aquela edição redonda. O filme “Celular – Um Grito de Socorro” é de ação e ficou com uma edição excelente, assim como o filme “72 horas” (The Next Three Days), é o tipo de filme que você “entra” na história, como disse, não é só a edição, pra chegar nesse ponto tem que casar o roteiro, direção e etc, na edição você deve ficar de olho em tudo, principalmente no timing dela.

Qual é o melhor programa de edição de vídeo?

Escuto essa pergunta constantemente, ela está em blogs, sites, salas de aula e entre os profissionais do audiovisual, o que me incomoda não é a pergunta em si mas as respostas que defendem com “unhas e dentes” um determinado software, geralmente isso ocorre porque a pessoa tem mais experiência naquele determinado programa ao qual prefere e então passa a considerá-lo “mais eficiente” porque ela particularmente trabalha de uma maneira melhor, mas na realidade TODO software tem vantagem e desvantagem, nem que seja no preço, todos tem os dois lados, a questão é quem vai usar o software e com que objetivo o fará?

Se você tem uma câmera digital e deseja aprender a fazer edição de vídeos pessoais como férias, esportes, aniversários e coisas mais amadoras sem ter um objetivo comercial por trás disso, quanto mais simples, funcional e barato for o software, melhor. Você não vai precisar fazer edições mais elaboradas com recursos profissionais de correção de cor, edição em off e multicam por exemplo. Um programa muito básico mas que é ideal nesse caso é o Windows Movie Maker ou se você trabalha com Mac o i-movie serve. Vá no google e no youtube e digite tutorial (ou aprenda, tips e tricks) e em seguida o nome do software, vc encontrará tudo o que precisa, tem outros programas de edição de vídeo básicos e gratuitos, no site do baixaki vc pode encontrar, mesmo softwares simples de edição de áudio como o Sound forge permitem edições de vídeos, ainda que de uma forma limitada.

Se o seu caso é outro, se vc é um profissional com objetivos comerciais ou é um amador que sente a necessidade de editar com alguns programas que ofereçam mais recursos e ferramentas pra edição, te aconselho algum dos 3 programas: Final Cut, Adobe Premiere ou Sony Vegas. Sabendo usá-los é possível incrementar sua edição e por um preço acessível, coisa que não ocorre com outros programas mais profissionais e que só são comercializados para pessoa jurídica. Esses 3 programas estão num mesmo nível, tem algumas diferenças entre eles mas nada que justifique afirmar que um é superior ao outro, o grau de complexibilidade é maior que do windows movie maker ou imovie mas nada assustador, algumas semanas treinando e vendo tutoriais e já ficará acostumado. Final Cut roda só em Mac, existe uma gambiarra de instalar o sistema mac no pc e rodar o FCP mas não vale a pena, não terá a mesma performance.

Se você é um profissional que trabalha com eventos sociais, casamentos, aniversários e etc, qualquer um desses 3 softwares (Final Cut, Adobe Premiere ou Sony Vegas) resolve seu problema, são bons programas e relativamente fáceis de aprender, não acredito que terá falta de alguma ferramenta ou recurso para fazer a edição de algum evento. Minha única dica para o mercado de trabalho é que se vc deseja futuramente trabalhar com edição de vídeo em alguma produtora ou agência que evite inserir no seu cv experiências de edição de vídeos sociais (casamentos e etc), é muito difícil um diretor de cinema ou publicidade ver um cv assim e te contratar, ainda que ambos trabalhem com vídeos, o nível de tecnologia, complexidade, exigência, orçamento e visibilidade é diferente. Não tem problema você trabalhar um tempo com vídeos sociais pra se familiarizar com o processo, mas se futuramente vc que ir para um estúdio ou produtora não inclua isso no cv, fica a dica. Não estou desmerecendo os profissionais deste segmento, só explicando que existe um preconceito de que o cara que trabalha nessa área não é tão “criativo” ou familiarizado com o processo audiovisual profissional televisivo ou cinematográfico.

Você já é um editor de vídeo profissional e deseja crescer na área? Então não se limite ao Final Cut ou Premiere, existem outros softwares mais caros e com mais recursos que a grande maioria de canais de TV e produtoras grandes usa, programas da autodesk como o Smoke (voltado para TV), Flame (motion graphics, é tipo um after melhorado) e Inferno (específico para cinema), são programas mais caros mas com uma performance e diversidade de ajustes impressionantes, para aprender esses softwares é mais fácil se vc morar no Rio de janeiro ou em São Paulo, o caminho é a via crúcis: pedir pra trabalhar de graça como um estagiário não remunerado em uma produtora grande ou canal de TV que use esses softwares e tentar aprender o máximo possível hahahaha pior que é sério, fiz isso no meu último ano de faculdade e não me arrependo, nessa área informação é aprendizado e aprendizado é seu passaporte no mercado profissional.

Os programas da Avid (Media Composer e Adrenaline) também são muito usados em canais de TV e em grandes produções internacionais, oferecem algumas vantagens significativas de trabalharem com formato de vídeo omf (mais antigo e que era restrito a 2 Gb por arquivo exportado) e o mais atual omx, que diferente do formato mov do Final Cut ou do avi do Premiere não são associados a nenhuma plataforma, rodam tanto em Mac como em Pc e Linux sem problema, além disso os softwares da Avid podem rodar simultaneamente com o Protools possiblitando um ajuste de áudio mais profi, possuem GC em 3d, edição em 3d com óculos, Real time e o dispositivo AMA (Avid Media Access) que agiliza muito o processo de decupagem e pós produção, por essas e outras razões não inclui o Avid na mesma categoria que o Premiere e Final Cut. Outro programa que cada dia mais tem ganhado força é o Nuke, ele permite uma flexibilidade muito ampla pra quem trabalha com motion graphics, David Scandlyn é o cara com esse programa, tem vários tutoriais dele na web.

Enfim, há uma quantidade enorme de outros softwares de edição e composição (motion graphics): Media 100, Jaleo, Liquid, After effects, Mocha, Maya, Particular illusion, Color, Red Cine X e etc… é uma área que envolve tecnologia, e como qualquer profissão que conta com ela não podemos afirmar que tal equipamento é o top de mercado porque enquanto estou aqui escrevendo esse post do outro lado do planeta tem algum japonês inventando algo mais “ninja”.

A pergunta de qual software é melhor não tem uma resposta certa, mas outras perguntas (feitas nesse post) que conduzem a uma resposta mais adequada, a habilidade do piloto é que faz o diferencial da performance do carro numa corrida, o segredo é o piloto e não a marca do carro, o Senna com um fusca deixaria qualquer barbeiro de Ferrari pra trás, assim é na edição, o segredo não é o programa de edição mas o editor, o software não trabalha sozinho, a pecinha atrás do computador é a chave de tudo, vc tem que ter o conceito da edição na cabeça antes de executar a montagem, o timing de corte, a estrutura visual, o ritmo da imagem, a combinação de cores, o movimento, tudo isso é o repertório conceitual pra se realizar uma edição. Já vi pessoas dominarem um software profissional mas o resultado final da edição ficar totalmente amador, editores que sabem usar as ferramentas e os efeitos, “só” não sabem quando usar isso tudo de uma forma criativa e que esteja de acordo com o briefing do trabalho.

Encontre uma área na pós produção (3d, motion graphics, titles, edição) e se abrace nela, depois descubra qual software vc se sente mais confortável e trabalha melhor (isso varia de pessoa pra pessoa), já vi gente usando o Pinnacle Studio (que particularmente acho limitado e lerdo) numa velocidade invejável porque já estavam acostumados com os atalhos e com o workflow. Nas próximas postagens vamos falar mais sobre os conceitos de uma montagem audiovisual e os elementos que fazem parte do mesmo corpo.

Deixo aqui os ítens importantes de considerar para um programa de edição de vídeo (seja ele qual for):
– Multicamera
– Correção de cor
– Workflow personalizado
– Atalhos
– Off-line e on-line
– Velocidade
– Ajustes
– GC em 3d
– Edição em 3d
– Render e Real time
– Áudio
– Multiplas timelines
– Keyframes

Dúvidas e sugestões mandem email

Valeu